Alvo de críticas e perseguição por parte da imprensa e dos vereadores da oposição a secretária de Saúde Gisele Cota Domingues, abriu o jogo em entrevista exclusiva ao jornal Tribuna. Ela disse que a saúde do município continua a mesma do ex-prefeito Carlos Moreira (PTB), e o que mudou foi à imprensa que antes não falava nada e agora fala.
Com aparência cansada Gisele Domingues ainda rebateu críticas dos vereadores da oposição dizendo que ela não deveria ocupar o cargo porque a mesma não é política. "A política que os vereadores querem que eu siga é de colocar pessoas amigas deles na frente das consultas e arrume remédios e exames para eles. Porque aqui era assim antes, hoje não ocorre mais, quem vier ao local consegue as coisas como qualquer outro", disparou ela.
Gisele ainda disse que o Pronto Atendimento (PA) tem enfrentado problemas, mas muitas vezes a demora na recepção é porque o local está servindo de posto médico, "Hoje o PA está tumultuado porque nesses oito anos do antigo governo os postos de saúde nos bairros estão sem estrutura, o PSF está desestruturado. Hoje muitos casos que atendemos aqui é coisa que posto médico teria que resolver", explicou.
Gisele Domingues ressalta que a saúde básica de Monlevade está debilidade e que isso é devido à falta de estrutura física e de projetos dos postos. "Muitos postos de saúde da cidade estão em situação complicada, hoje nós não temos uma saúde preventiva, o que causa mais problemas para o PA", revelou.
Na entrevista, ela juntamente com sua equipe esta trabalhando dia e noite para que as coisas cheguem ao normal. "Posso colocar 20 médicos no PA, mas o local não tem estrutura e os números de pacientes vão triplicar porque não adianta você melhorar o PA, se os postos ficarem da maneira que estão. Hoje as pessoas procuram o PA porque o PSF se encontra com problemas, a falta de médico é no país inteiro, o que complica mais a nossa situação", enfatizou.
Ela explicou ainda que muitas críticas feitas por dois órgãos de imprensa da cidade é politicagem, porque se eles soubessem como estão às coisas não falaria tanta bobagem. "Nesses 100 dias de governo mudamos poucas coisas na área da saúde seja de modo geral ou aqui no PA, estamos seguindo o mesmo padrão que foi deixado até porque, não teria como mudar a área da saúde com tanto pouco tempo", disse ela.
A secretária criticou os vereadores que recriminam muito a saúde, mas que nenhum deles ligou para fazer uma visita para saber a real situação. "Se me ligar eu atendo com maior prazer para marcar uma visita, mas até agora a única coisa que eles fizeram, foi criticar e fazer política irresponsável, porque se estivesse ruim como estão falando eu seria a primeira a expor a situação em público", defendeu.
Ela se defendeu dos boatos de que ela estaria para pedir exoneração ao prefeito Gustavo Prandini (PV) devido tanta pressão. "Isso é mentira eu estou aqui porque acredito no meu trabalho e o prefeito me dá respaldo nas minhas ações e graças a Deus tenho muitas pessoas capacitadas ao meu lado ajudando a gerir a saúde da cidade. Isso não passa pela minha cabeça, gosto de desafios e estou trabalhando muito. Tem dia que saio de casa às 7 horas da manhã e só retorno 21h30", ressaltou.
De acordo com ela o PA muitas vezes fica cheio devido aos acompanhantes que estão internados, e quando chega um caso de urgência toda equipe se concentra na pessoa. "O cidadão precisa entender que PA é somente urgência e que se chegar uma pessoa entre a vida e a morte, alguns médicos param o recepção ao público, para dar prioridade ao caso mais grave, com isso o atendimento fica lento até que volte ao normal", explicou.
Gisele Domingues disse ainda que somente no primeiro trimestre foram atendidas 11 mil pessoas no PA, sendo 140 por dia. "Esse número é muito alto, por isso a lentidão em alguns momentos existem e esses pacientes em sua maioria são de Bela Vista, Nova Era, Rio Piracicaba e São Gonçalo. Já abrimos dois processos de licitação para contratar onze médicos, conseguimos contratar somente dois. Hoje os médicos pensam duas vezes antes de pegar um plantão devido ao risco de ter que percorrer uma rodovia todos os dias", esclareceu.
Por fim, Gisele Domingues declara que está à disposição das pessoas e que a Secretaria de Saúde está de portas abertas e que antes de qualquer crítica é preciso saber a veracidade dos fotos.
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